qual o conceito de magia?
Bem, bruxinhos, um ensinamento que nunca vou esquecer da minha Tutora, a Grande Deusa Hekate, é este: no meio de um ritual, eu perguntei para ela se a magia realmente existia e o que era esse poder oculto sobrenatural.
“Magia é intenção, criança. É usar a imaginação. Magia é a dança, é o fogo, é uma reza, é uma afirmação, é manipular os elementos ao seu favor. Se não tens imaginação, não tens magia. E, se a tua intenção é fraca, então tua magia não existe.”
Ouvir isso foi como levar um tapa na cara, porque, ao mesmo tempo que a resposta seja óbvia, ela ainda se esconde nas entrelinhas. Magia é intencionar uma energia para algo ou alguém, foi isso o que Hekate me mostrou. E me mostrou de forma visual, fazendo-me manipular o vento de acordo com a minha intenção e direcionar a energia da espada (quem entende de Tarot, vai entender o que eu quero dizer) para um feitiço que estava fazendo.
De uma forma geral, a magia pode ser entendida como o ato de manipular simbolicamente as forças sutis do universo com a intenção de provocar mudanças na realidade, seja essa realidade material, emocional, espiritual ou psicológica. A magia parte da premissa de que o mundo visível está interligado com mundos invisíveis — e que é possível influenciar um através do outro.
Um exemplo de “magia” muito comum e que vem crescendo nas redes sociais ultimamente — principalmente no TikTok — é a famosa “Lei da Suposição”, a lei que consiste em você trazer manifestações dos seus desejos para a sua realidade apenas assumindo que o que você quer, já é seu.
Essa prática, embora envolta em linguagem moderna e acessível, carrega os mesmos princípios antigos da magia: a crença de que a realidade externa é moldada a partir da intenção interna.
A Lei da Suposição propõe que, ao incorporar mental e emocionalmente o estado desejado como se ele já existisse, você se alinha com essa frequência — e assim, atrai ou cria circunstâncias compatíveis com essa nova versão de si mesmo.
Nas redes sociais, esse conceito é muitas vezes apresentado de forma simplificada, com afirmações como “fingir até conseguir” ou “assumir que já é seu”, mas, no fundo, trata-se de uma forma de ritual mental em que o foco, a repetição e a imaginação consciente funcionam como os principais instrumentos mágicos.
Com raízes nas ideias de Neville Goddard e ecos nas tradições herméticas, essa “magia mental” moderna ressignifica antigas práticas ocultistas, adaptando-as à linguagem da geração digital — rápida, estética, emocional e centrada na autorrealização.
Nesse sentido, pode-se dizer que a magia, ainda que com uma nova linguagem, continua viva, se adaptando aos tempos digitais e às necessidades emocionais do presente.
Bom, é comum você ouvir por aí que apenas bruxos, feiticeiros ou magos fazem magia. Mas a verdade é que todo o indivíduo, sendo ele ligado à bruxaria ou não, faz magia. Nós fazemos magia o tempo todo. Na cozinha, quando cozinhamos e intencionamos que aquela vai ser a melhor comida que alguém já comeu, na escola quando intencionamos que a professora vai faltar e ela realmente falta, em intencionar um filho e ele nascer exatamente do jeito que você sonhou.
A magia é como se fosse um sonho, mas não apenas um sonho, um sonho que se realiza se você quiser que ele se realize. Sendo esse sonho bom ou ruim. Aquilo que você depositar a tua intenção, vai acontecer.
E é aí que mora a verdadeira essência da magia: a intenção consciente. Não é sobre varinhas, caldeirões ou feitiços elaborados (apesar de tudo isso ter seu simbolismo e beleza), mas sim sobre a direção que você dá à sua energia, às suas palavras, aos seus pensamentos. Quando você mentaliza algo com força, quando sente aquilo com o coração e age como se já fosse realidade, você está, sim, fazendo magia — mesmo que não perceba.
É por isso que precisamos ter cuidado com o que pensamos, falamos e desejamos, porque o universo — ou, se preferir, a energia que conecta tudo — não distingue o que é brincadeira do que é sério. Ele responde à vibração que você emite, à frequência que você sustenta. Se você está sempre esperando o pior, atrairá o pior. Mas se você planta esperança, gratidão, alegria e convicção, essas sementes florescem em forma de experiência.
Então, quando alguém diz que “não acredita em magia”, tudo bem!
A magia não precisa de crença para existir. Ela acontece de forma sutil, cotidiana, constante. O simples ato de amar, cuidar, sonhar, intencionar, já é magia em ação. Você faz magia quando escolhe transformar um momento comum em algo sagrado. Quando olha para dentro de si e decide mudar. Quando acredita que algo é possível — e age como se já fosse real.
E isso serve tanto para intencionar a vida, como a morte.
os tipos de magia
Existem diversos tipos de magia, classificados segundo tradições esotéricas, culturas, objetivos e métodos. Mas, para este post não ficar muito, vou resumir nas principais:
1. a magia “branca”
Chamamos de “magia branca” a magia para cura, limpeza energética, para trazer auxílio ou equilíbrio a um ser ou ambiente. É aquele tipo de magia que costuma ser mais “positivo”:
um encantamento de amor puro;
bênçãos;
magia para paz interior;
meditações.
2. a magia negra
Como o próprio nome diz, a magia negra é a magia vingativa, possessiva, mortal. É o tipo de magia que, ao invés de trazer bênção, traz a maldição. Existe também uma combinação entre a magia negra e a branca, que alguns chamam de “magia cinza”.
A intenção da magia negra é ser destrutiva, punitiva e, às vezes, egoísta.
um feitiço de dominação;
amarrações forçadas;
invocação de entidades com propósitos sombrios.
3. magia do caos
Sim, a magia que vemos nos universos MARVEL e DC Comics são reais. A magia do caos é aquele tipo de magia que não segue regras fixas, dogmas ou rituais tradicionais, e é exatamente por isso que ela é tão poderosa — e também tão controversa. Nos quadrinhos, personagens como Feiticeira Escarlate (Wanda Maximoff) ou John Constantine representam esse tipo de poder que nasce do caos, da intuição, da mente, da força da vontade.
A magia do caos parte do princípio de que tudo é simbólico e tudo pode ser usado como ferramenta mágica, desde que o praticante acredite e a utilize com propósito. Você não precisa de um altar elaborado ou de um livro antigo com palavras em latim. Você pode criar seu próprio sistema, seus próprios símbolos, seus próprios rituais, e eles funcionarão, desde que carreguem sua intenção, sua emoção e sua energia.
Sendo sincero, acredito que quase todo bruxo começa a estudar magia por ela. É querida por muitos, inclusive por mim.
4. magia popular
Como o próprio nome já diz, a magia popular (ou magia do povo) é conhecida por ser aquele tipo de magia passado hereditariamente. O que significa? Significa que os conhecimentos que sua avó passou para a sua mãe sobre o que usar na comida, como benzer, rezas para retirar seu quebrante, tudo isso é magia.
rezas;
uso de temperos e especiarias na comida;
benzer;
simpatias;
garrafadas.
Magia popular, a magia que é passada de geração em geração. Esses conhecimentos só existem hoje porque seus ancestrais lutaram para que eles chegassem até você.
A ancestralidade nunca morre, apenas espera o tempo correto de dar as caras.
5. magia natural e elemental
Gosto de incluir esses dois tipos de magia porque, na minha opinião, eles se completam e possuem o mesmo princípio. Magia natural é o tipo de magia onde utilizamos as fases da lua, as ervas os cristais e os nossos incensos para realizar rituais ou feitiços. A magia natural geralmente é a mais utilizada dentro da Wicca.
Já a magia elemental é o tipo de magia onde trabalhamos diretamente com os quatro elementos da natureza — Terra, Água, Fogo e Ar — e, em algumas tradições, também com o quinto elemento, chamado de Éter ou Espírito.
Diferente da magia natural, que foca no uso físico de elementos como ervas, pedras e ciclos lunares, a magia elemental é mais voltada para o relacionamento energético com os elementos em si, entendendo como cada um atua dentro e fora de nós.
Por exemplo, o Fogo representa transformação, força de vontade, paixão e ação. O Ar simboliza o intelecto, a comunicação e os pensamentos. A Água está ligada às emoções, intuição e cura. E a Terra representa estabilidade, segurança, fertilidade e crescimento.
Ao realizar magia elemental, você pode invocar essas forças, equilibrá-las dentro de si ou utilizá-las para um objetivo específico. Isso pode ser feito através de meditação, direção dos ventos, correspondência de cores, velas, sons, rituais com os pontos cardeais, ou até mesmo com gestos e visualizações.
Gosto de pensar que a magia natural conversa com o corpo físico da natureza, enquanto a magia elemental dialoga com a alma dos elementos. As duas se complementam, pois ao usar uma pedra (magia natural), você também pode sentir e canalizar sua energia (magia elemental). Ao acender uma vela de forma ritualística, você está ativando o fogo tanto no mundo físico quanto no espiritual.
Elas partem do mesmo princípio: a conexão com o mundo natural e a consciência da energia ao nosso redor. São formas de lembrar que a Terra não está separada de nós, nós somos parte dela. Quando praticamos esse tipo de magia, estamos, na verdade, retornando a um estado mais intuitivo, mais conectado e mais verdadeiro com a vida.
Por hoje foi só, pessoas. Espero que tenham gostado desse post e estou ansioso para escrever o próximo (fiquei mais de uma hora preparando esse e não me arrependo, tudo para o melhor entendimento de vocês).
Comentem aqui embaixo que tipo de magia ou assunto vocês querem que eu aborde nos próximos artigos, por favor. Preciso das ideias de vocês para não deixar essa conta morrer de novo, e prometo escrever sobre cada pedido com muito amor e carinho.
Beijinhos e até a próxima do Bruxo Moderno.
aaaaaah gostei muito do texto, veio no momento certo! se puder fazer mais textos falando sobre a magia branca e explicando sobre a história dessa religião (nao sei se é certo falar assim) agradeço :)